Aprovado em simulação de fair play financeiro, Juventude tem dívidas quase zeradas e deve bater recorde de receitas

 Presidente do clube, Fabio Pizzamiglio detalha desafios e explica como implementação da medida pode impactar positivamente o futebol brasileiro

Divulgação/E.C Juventude

Em um momento de maior rigor regulatório e pressão por gestão responsável no futebol brasileiro, o Juventude surge como uma exceção positiva. Simulações baseadas nas regras do novo Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) da CBF, uma espécie de fair play financeiro nacional, indicam que somente três clubes que permaneceram na Série A entre 2024 e 2025 estariam plenamente de acordo com as exigências: Flamengo, Palmeiras e Juventude.

 

O desempenho reforça a profunda reestruturação administrativa conduzida pelo clube de Caxias do Sul. Enquanto a maioria da elite descumpriria ao menos um dos pilares do SSF, que inclui controle de custo de elenco, equilíbrio operacional e limites para o endividamento de curto prazo, o Juventude se mantém dentro de todas as métricas definidas pela entidade.

 

“O Juventude foi aprovado porque há anos seguimos uma política de disciplina muito clara. Trabalhamos com orçamento conservador, despesas controladas e decisões baseadas em receitas reais. Nosso compromisso é manter disciplina financeira independentemente do desempenho esportivo, com processos profissionalizados, folha ajustada e expansão sustentável das receitas. Em 2025 mantivemos a mesma postura, o que nos permite planejar com segurança, atrair parceiros e garantir estabilidade institucional” afirmou o presidente Fabio Pizzamiglio. 

 

A aprovação não é fruto de um ano atípico, mas de um processo contínuo. O clube já havia sido destaque no relatório da PLURI Consultoria, que o colocou na liderança nacional em gestão financeira. Em 2024, registrou um superávit de R$ 34,2 milhões e atingiu receitas recordes de R$ 131 milhões, impulsionadas pelo avanço em direitos de transmissão, matchday e receitas comerciais.

 

Além disso, o Juventude reduziu de forma significativa seu endividamento, que caiu de R$ 37 milhões para cerca de R$ 12 milhões, e eliminou praticamente a necessidade de capital de giro. A combinação de receitas diversificadas, despesas enxutas e independência de empréstimos está diretamente alinhada às diretrizes do fair play da CBF.

 

Pelo SSF, os clubes não podem gastar mais do que arrecadam, precisam manter dívidas de curto prazo compatíveis com sua capacidade de pagamento e devem evitar que o custo de elenco comprometa de maneira desproporcional suas receitas. O Juventude cumpriu todos esses requisitos.


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