Pesquisa inédita revela contradição nas cidades médias: brasileiros que migram ganham tempo livre, mas perdem opção de lazer e consumo

 Apesar de conquistarem a tão sonhada qualidade de vida, brasileiros que deixam os grandes centros enfrentam carência de lazer e consumo. De acordo com estudo da IMO, 85% dizem não ter onde se divertir e 53% não conseguem comprar tudo o que precisam nos municípios de médio porte

Quem sai das grandes metrópoles em busca de qualidade de vida costuma encontrá-la nas cidades médias brasileiras — onde deslocamentos tendem a ser mais curtos e o custo de vida é menor, o que libera mais tempo e dinheiro para aproveitar a vida. Contudo, a realização desse ideal esbarra em um obstáculo concreto: a oferta ainda limitada de lazer, consumo e serviços. É o que revela o estudo “O Brasil que cresce: a vida nas cidades médias” da IMO, agência de insights que transforma dados em conceitos aplicáveis para a tomada de decisão de negócios ajudando  empresas, marcas, imprensa e outras instituições a acompanharem de perto as transformações culturais, sociais e econômicas do país.

No caso da pesquisa focada em cidades médias, foram analisados municípios de norte a sul com 150.000 a 500.000 habitantes, o que permitiu identificar que:

  • 53% dos moradores sentem que não conseguem comprar tudo o que precisam e desejam onde moram;

  • 85% sentem falta de locais para lazer, públicos ou privados, na cidade;

  • 87% têm seu lazer principalmente em casa.


“O que os dados revelam é uma contradição interessante sobre essas cidades que têm ganhado destaque nos últimos anos pelo seu crescimento populacional: elas oferecem um cotidiano mais equilibrado e menos caótico, mas ainda enfrentam um déficit importante de infraestrutura em lazer, consumo e mobilidade. Isso mostra um espaço de oportunidade tanto para o setor privado quanto para o público”, analisa Lucas Silva, fundador e CEO da IMO.

Esse descompasso apontado por Lucas Silva aparece ainda no que diz respeito ao deslocamento dentro das cidades médias. Se por um lado, as pessoas costumam chegar rápido no seu trabalho, por outro, elas precisam fazer isso de carro devido à ineficiência do transporte público — 82% associam a necessidade de ter veículo próprio justamente a esse problema.


Como fica a mobilidade

De acordo com a pesquisa, 70% levam, em média, 30 minutos até seus locais de trabalho — uma realidade que é privilégio de apenas 36% dos moradores de cidades grandes. A ida até o centro comercial também costuma ser ágil: 42% levam até 10 minutos e 38% demoram entre 10 e 30 minutos. 

Contudo, outras necessidades demandam deslocamentos mais longos e, muitas vezes, a ida a cidades vizinhas — especialmente para serviços de saúde e compras específicas. Hoje, 48% precisam ir para cidades vizinhas para cuidar da saúde, segundo a pesquisa. 

"Há uma dose de medo de depender da estrutura de saúde pública, que nem sempre é suficiente. Por isso, famílias com maior poder aquisitivo buscam médicos, clínicas e hospitais em cidades vizinhas”, explica Lucas Silva. “Por outro lado, clínicas populares se tornaram presença comum no tecido urbano, oferecendo alternativas mais baratas e com pagamento facilitado.”


Perspectiva de mudança

Enquanto isso, no que diz respeito ao entretenimento, 87% resolvem a falta de oferta tornando o seu próprio lar a principal fonte de lazer. Não à toa, 39% disseram que pretendem reformar sua casa nos próximos 12 meses.

Há também aqueles que se refugiam no ambiente digital. Na verdade, uma parcela expressiva da população: mais de dois terços dos moradores frequentemente recorrem às redes sociais em busca de entretenimento — 71% consomem conteúdos até mais de 1 vez ao dia.

“Entrando na casa das pessoas durante nosso estudo, identificamos que o lar virou o centro do lazer — 87% passam a maior parte do tempo livre em casa — e que a expectativa de melhoria impulsiona investimentos no próprio espaço: 39% pretendem reformar a residência nos próximos 12 meses”, conclui Lucas Silva, da IMO.

A pesquisa completa pode ser acessada aqui.
 

Sobre “O Brasil que cresce: a vida nas cidades médias”

O estudo faz parte da plataforma “Eu Vi o Brasil”, lançamento da IMO que cumpre o objetivo de reunir estudos autorais da agência, além de mapear e compreender as transformações do nosso país. O estudo focado em cidades médias foi produzido a partir de pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas por meio de painéis online com 1.000 entrevistas em cidades brasileiras de 150 mil a 500 mil habitantes, cobrindo as cinco regiões do país. O trabalho de campo ocorreu entre 16/05/2025 a 09/06/2025, com público-alvo de [residentes de 18 a 65 anos]. A margem de erro para o total da amostra é de ±3 p.p., com 95% de confiança. Resultados por subgrupos estão sujeitos a margens de erro maiores e, em questões de múltipla resposta, os percentuais podem somar mais de 100%.


Sobre a IMO Insights

IMO é uma agência de insights que transforma dados em narrativas estratégicas para apoiar a tomada de decisão. Combinando rigor técnico, sensibilidade cultural e visão de negócio, atua como extensão dos times de insights e estratégia das empresas, organizando a escuta, contextualizando comportamentos e estruturando rotas de conhecimento sob medida para cada desafio.

Fundada a partir da experiência prática de seus sócios com marcas e negócios, a IMO nasceu do olhar de quem já enfrentou os desafios de transformar dados em decisões estratégicas. Diferencia-se por ir além de análises descritivas e entregas genéricas: seus projetos conectam comportamento, contexto e decisão, gerando aprendizado contínuo e impacto real nos negócios.


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