Levantamento revela apagão no diagnóstico do sono no Brasil

 Pesquisa da SleepUp ouviu 2.439 pessoas e alerta para o subdiagnóstico de distúrbios respiratórios do sono associados a riscos cardiovasculares e metabólicos

São Paulo, novembro de 2025. Uma pesquisa inédita realizada em dezembro de 2023 pela plataforma digital SleepUp, primeira terapia digital para o sono aprovada pela Anvisa, revelou que 48,4% dos brasileiros roncam. O levantamento, que ouviu 2.439 pessoas, também mostrou que, apesar da alta incidência, 86% nunca realizaram polissonografia, exame de referência para detectar distúrbios respiratórios do sono. A baixa procura por diagnóstico preocupa especialistas, já que o ronco e a apneia estão diretamente ligados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.

Entre os que nunca passaram pelo exame, 51% acreditam não precisar dele, 42% afirmaram não ter recursos financeiros, 31% disseram não saber onde realizá-lo e 27% alegaram falta de tempo. O acesso limitado também é um fator relevante, já que apenas 12,5% dos exames realizados ocorreram pelo SUS, e 39% dos entrevistados que fizeram o teste não pagaram nada por ele.

Segundo Renata BonaldiCEO e cofundadora da SleepUp, a adesão ao tratamento da apneia do sono é essencial para interromper um ciclo de fadiga e prejuízos à saúde que muitas vezes passam despercebidos. “O tratamento adequado reduz sintomas como sonolência diurna, melhora de forma significativa a qualidade de vida e ainda diminui o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas relacionadas ao sono irregular”, afirma.

O levantamento também indicou que, embora a maioria dos diagnosticados inicie tratamento, poucos mantêm a adesão a longo prazo. Entre as opções citadas estão o uso de CPAP, aparelhos intraorais e cirurgias corretivas. Mesmo assim, 69% dos pacientes interrompem o tratamento em menos de um ano e 34% desistem ainda no primeiro mês, o que reflete como o cuidado com o sono ainda é negligenciado.

Os dados da SleepUp reforçam uma tendência já observada em estudos nacionais. O Instituto do Sono, por meio do estudo EPISONO, estima que um terço dos adultos paulistanos sofre de apneia obstrutiva do sono. Já a Associação Brasileira do Sono (ABSono) calcula que 35% da população tenha algum grau de apneia ou ronco significativo, condições associadas à hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes e prejuízos cognitivos.

A experiência do analista Joel Banzatto, de 33 anos, ilustra bem esse cenário. Por mais de uma década, ele ignorou os alertas da esposa sobre o ronco e as pausas na respiração durante o sono. “Só procurei ajuda depois de descobrir que minha pressão estava alta e que o cansaço ao acordar não era normal”, conta. O diagnóstico confirmou apneia do sono e o levou a iniciar tratamento.

A história de Joel evidencia o que o levantamento da SleepUp apontou: a banalização do ronco e a falta de informação sobre seus riscos. O estudo mostrou ainda que 36,3% dos entrevistados acordam cansados quase todos os dias e 26,2% já cochilaram ou adormeceram ao volante, sinais de sono fragmentado e privação crônica.

Para Renata, conscientizar a população é o primeiro passo para enfrentar o subdiagnóstico e ampliar o acesso ao tratamento. “Nosso foco é apoiar o paciente desde a triagem até o acompanhamento, ajudando a derrubar barreiras que ainda afastam muitos brasileiros do cuidado com o sono e, consequentemente, da boa saúde”, conclui.

Sobre a SleepUp

Fundada em 2020, a SleepUp é a primeira plataforma de terapia digital da saúde do sono aprovada pela Anvisa. Por meio de seu aplicativo, que oferece um anel oxímetro e também permite integração a dispositivos de saúde Android e IOS, a startup faz o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento para pacientes com distúrbios do sono, além de contar com um time de psicólogos, médicos e terapeutas do sono para consultas e exames online. Site: www.sleepup.com.br


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