Seminário integra a iniciativa Arquipélago Glissant, promovendo encontros e conferências que discutem a atualidade do pensamento de Édouard Glissant
Dias 24 e 25 de novembro de 2025
Inscrições aqui
Imagens exposição
O Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e o Instituto Tomie Ohtake apresentam o seminário A terra, o fogo, a água e os ventos, que acontece nos dias 24 e 25 de novembro de 2025, como parte da programação da exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.
Organizado por Ana Roman, Paulo Miyada e Sylvie Séma Glissant, o seminário reúne, em bate-papos e conferências ao longo desses dois dias, nomes como Patrick Chamoiseau, Manthia Diawara, Nadia Yala Kisukidi, Anne Lafont, entre outros. Os encontros, abertos ao público mediante inscrição prévia e disponibilidade de vagas, terão tradução simultânea e transmissão ao vivo pelo canal do Instituto Tomie Ohtake no YouTube.
No contexto do seminário, a editora Bazar do Tempo lança a publicação O discurso antilhano, de Édouard Glissant, com tradução de Thiago Florencio e revisão técnica de Luís Carlos Ferreira e Mirella Bottaro. Publicado originalmente em 1981 e considerado um dos livros mais emblemáticos do poeta martinicano, o título combina ensaio, filosofia e poesia para refletir sobre as tensões entre língua, memória e identidade nas Antilhas. Ao antecipar conceitos como “crioulização” e “Poética da Relação”, Glissant propõe uma crítica ao eurocentrismo e reivindica o direito de cada cultura narrar o mundo a partir de suas próprias histórias e idiomas. A publicação será vendida com exclusividade na Loja Tomie, ao preço de R$ 160,00.
O projeto integra a iniciativa Arquipélago Glissant, uma parceria, no contexto da Temporada França-Brasil, entre o Institut français, o Institut du Tout-Monde, o Édouard Glissant Art Fund, a Bazar do Tempo, a FLUP – Festa Literária das Periferias, o Instituto Tomie Ohtake, o MAM_BAHIA, e o Pivô Salvador, visando diferentes formatos de diálogos entre a obra de Édouard Glissant e as artes no Brasil. Sylvie Séma Glissant recorda as palavras de Édouard Glissant: “Nous avons rendez-vous où les océans se rencontrent” (“Temos um encontro onde os oceanos se encontram”), frase que encontra no Arquipélago Glissant sua plena realização.
Antes de chegar a São Paulo, nos dias 24 e 25 de novembro, o Arquipélago Glissant passa pelo Rio de Janeiro, com programação na FLUP – Festa Literária das Periferias em 21 de novembro. Depois de São Paulo, o projeto segue para Salvador, entre 27 e 29 de novembro, com atividades no MAM_BAHIA e no Pivô Salvador. Confira abaixo a programação em São Paulo.
PROGRAMAÇÃO – SÃO PAULO
Instituto Tomie Ohtake | 24 e 25 de novembro de 2025
Inscrições aqui
Segunda-feira, 24 de novembro
15h — Mesa: Por um museu, com Édouard Glissant
Participantes: Sylvie Séma Glissant; Étienne de France; Manthia Diawara; José Eduardo Ferreira dos Santos
Mediação: Paulo Miyada
Sinopse: Édouard Glissant cultivou relações profundas com artistas de múltiplas origens e gerações, o que o levou a imaginar um “museu da errância” — um museu ajustado às realidades do século 21. A mesa aborda essas relações e desejos, em diálogo direto com a exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.
18h — Performance: KREOLINESIA
Com: Denis Pourawa
Sinopse: Performance de poesia falada do escritor kanak Denis Pourawa: uma fala situada, uma epopeia poética e uma travessia pelo imaginário de ilhéus insubmissos. O recital parte de poemas de Pays rêvé, pays réel, de Édouard Glissant, musicados por Pourawa, e inclui ainda textos de seus livros Ton âme corail e Les Pléiades errantes (Éditions de l’Institut du Tout-Monde).
19h — Conferência: Arquipélagos da palavra
Com: Patrick Chamoiseau e Edimilson Pereira dos Santos
Sinopse: Do Caribe à América Negra, Chamoiseau e Edimilson refletem sobre o legado de Édouard Glissant – da crioulização à poética do arquipélago – e sobre as literaturas como formas de insurgência e reconstrução simbólica. A conversa aborda o papel do escritor como guardião de mundos e imaginador de relações, propondo uma ética da errância e da tradução frente às violências coloniais e às urgências do presente.
Terça-feira, 25 de novembro
14h — Exibição do filme: Édouard Glissant, portrait d’écrivain
Direção: Guy Deslauriers
Roteiro: Patrick Chamoiseau, Guy Deslauriers, Claude Chonville
França • 2013 • 45 min
Sinopse: Nascido em 1928 na Martinica sob os vestígios da escravidão, Glissant trilha um caminho improvável: dos canaviais à consagração literária com o Prêmio Renaudot (1958). O filme acompanha a formação de um pensamento que recusa centros, transparências impostas e identidades fixas, elaborando conceitos como Relação, Opacidade, Errância e Todo-mundo. Não é apenas o percurso de um escritor, mas a reinvenção de formas de ver e habitar o mundo.
16h — Mesa: Sobre errância, diáspora e traços
Participantes: Nadia Yala Kisukidi; Eugênio Lima; Lígia Fonseca Ferreira
Mediação: Paulo Miyada
Sinopse: A partir da noção de errância em Glissant, a mesa propõe leituras dinâmicas da diáspora e de seus legados: transformar-se com o outro sem perder a própria medida e afirmar o direito à opacidade. O “traço”, em Glissant, é marca de encontros, rupturas e percursos. A conversa examina modos de recompor pertencimentos, relações e narrativas.
18h — Conferência: Ver em Relação: opacidade, rastro e arquivo
Com: Anne Lafont em diálogo com Ana Kiffer
Sinopse: A conferência discute como regimes de visibilidade, raça e colonialidade moldaram a história da arte no Atlântico, questionando o que vemos quando revisitamos imagens, arquivos e museus hoje. Em diálogo com Ana Kiffer, Anne Lafont explora relações entre corpo, linguagem, imagem e memória à luz do pensamento de Glissant.
Sobre a exposição A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant
Inspirada na antologia La Terre, le feu, l’eau et les vents (2010), de Édouard Glissant, a exposição propõe um “Museu da Errância”. A curadoria parte da ideia de errância como vivência da relação e de “parole du paysage” – a palavra da paisagem e a paisagem da palavra – para imaginar um museu sem centro, feito de encontros entre tempos, territórios e linguagens. Fragmentos do pensamento de Glissant aparecem em manuscritos, cadernos e vídeos que abordam noções como crioulização, arquipélago, tremor e opacidade, em diálogo com a urgência contemporânea de escutar a diversidade e os elementos naturais ameaçados.
A mostra apresenta, pela primeira vez no Brasil, parte da coleção pessoal reunida por Glissant e hoje preservada no Mémorial ACTe (Guadalupe), em diálogo com obras de artistas contemporâneos de diferentes regiões do mundo. O conjunto, que inclui trabalhos históricos e produções recentes, cria conexões sensoriais entre paisagem, linguagem e memória, transformando a exposição em um território de confl uências. Parte das obras foi especialmente comissionada, expandindo o museu imaginado por Glissant como espaço vivo, aberto e em permanente errância.
SERVIÇO
Seminário A terra, o fogo, a água e os ventos
Organização: Ana Roman, Paulo Miyada e Sylvie Séma Glissant Dias 24 e 25 de novembro
Inscrições - https://forms.gle/
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros SP
Metrô mais próximo: Estação Faria Lima/Linha 4 – Amarela
De terça a domingo, das 11h às 19h [última entrada até 18h]
Entrada franca
Fone: 11 2245 1900
Site: institutotomieohtake.org.br
Facebook: facebook.com/inst.tomie.ohtake
Instagram: @institutotomieohtake
Youtube: https://www.youtube.com/@

