Falta de revisão fiscal faz companhias perderem parte do faturamento anual em impostos pagos a mais, apontam especialistas
Em meio a um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, organizações brasileiras seguem abrindo mão de valores expressivos que poderiam ser reinvestidos em inovação e crescimento. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 95% das companhias no país recolhem mais tributos do que deveriam, o que representa bilhões de reais parados nos cofres públicos por ausência de revisão ou desconhecimento de benefícios legais.
“Há uma diferença brutal entre pagar imposto e pagar certo”, afirma Maynara Fogaça, estrategista tributária, CEO da Visão Tributária e referência nacional em auditoria de crédito. Com mais de 23 anos de atuação, ela calcula que empresas de médio e grande porte deixam de recuperar, em média, de 2% a 5% do faturamento anual em créditos não aproveitados. “Esse dinheiro, que poderia estar fortalecendo o caixa, muitas vezes é perdido simplesmente por falta de análise técnica”, explica.
Entre os valores ignorados estão créditos de PIS e Cofins sobre insumos, energia elétrica, transporte de mercadorias e serviços contratados, todos passíveis de recuperação legal por companhias enquadradas no lucro real. Ainda assim, muitas desconhecem os critérios e acabam recolhendo além do necessário. “O erro mais comum é acreditar que cumprir obrigações fiscais já garante regularidade. A verdade é que, sem auditoria especializada e revisão periódica, as empresas continuam pagando mais do que deveriam”, complementa Fogaça.
Como transformar o tributo em ferramenta de gestão
A especialista lembra que a legislação permite revisar tributos pagos indevidamente nos últimos cinco anos, por meio de pedido de restituição ou compensação com débitos futuros. “Não se trata de manobra ou risco jurídico, mas de um direito previsto em lei. A revisão tributária é uma ferramenta de inteligência empresarial”, afirma.
Estudos do IBPT indicam que organizações que adotam revisões regulares conseguem reduzir de forma significativa a carga tributária efetiva e ampliar a previsibilidade financeira. Mesmo assim, a prática ainda é pouco difundida no país.
Para evitar perdas e fortalecer a gestão, Fogaça recomenda quatro medidas práticas:
Revisar os últimos cinco anos de tributos pagos, com apoio técnico especializado.
Avaliar o regime tributário conforme o faturamento e a margem de lucro atual.
Implementar auditorias preventivas semestrais para detectar distorções.
Integrar tecnologia fiscal e contábil, reduzindo erros de apuração e inconsistências nos dados.
“Empresas que crescem de forma sólida entendem que tributo não é apenas custo, mas um elemento estratégico de gestão”, diz a especialista. “A cultura fiscal precisa deixar de ser emergencial e passar a ser rotina. Só assim o dinheiro deixa de ficar esquecido no Fisco e volta para onde realmente deve estar: no caixa das organizações.” acrescenta.
Sobre Maynara Fogaça
Maynara Fogaça é tributarista, especialista em gestão tributária e referência nacional em Auditoria de Crédito Tributário, com mais de 23 anos de experiência e mais de R$200 milhões recuperados para empresas. É CEO da Visão Tributária e da Mais Tributário, além de fundadora do Visão Tax, maior evento de empreendedorismo tributário do interior paulista. Formada em Direito, com pós em Gestão Tributária, atua como mentora e palestrante, ajudando empresários e contadores a transformarem o caos fiscal em lucro. Sua abordagem estratégica vai além da contabilidade tradicional, com foco em resultados reais.
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