Com um diploma na mão e o celular na outra: pesquisa revela que 53% dos creators têm ensino superior completo

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Longe de ser uma atividade temporária para quem ainda não decidiu o futuro profissional, o trabalho de creator tem sido abraçado por muitos brasileiros que já passaram pela faculdade e, em muitos casos, fizeram especializações como mestrado e doutorado. A constatação é da Creator POV 2025, pesquisa realizada pela BrandLovers com mais de 5 mil criadores de conteúdo em todas as regiões do Brasil.

O levantamento mostra que 53% dos creators têm, pelo menos, o Ensino Superior Completo. Dentro desse grupo, quase 1 em cada 5 criadores exibe no currículo o título de mestrado ou doutorado.

“Já há algum tempo, o marketing de influência deixou de ser visto apenas como um espaço experimental para jovens e tem passado, aos poucos, a ser reconhecido como uma oportunidade de carreira tão legítima quanto outras áreas tradicionais”, afirma Rapha Avellar, CEO e fundador da BrandLovers. “A Creator Economy está atraindo talentos altamente qualificados, mas ainda enfrenta alguns desafios, como a insegurança financeira”.

Sobra competência, falta estabilidade

Apesar de a maior parte acumular anos de experiência e ser qualificado profissionalmente, esse grupo ainda sofre com a instabilidade da função. Atualmente, 36,3% produzem conteúdo entre 1 e 3 anos, 23,5% entre 3 e 5 anos e 27,5% há mais de 5 anos. Apenas 12,8% começaram há menos de 1 ano.

Contudo, para 58,4% dos creators, a atividade é apenas uma renda complementar. Aqueles que conseguem viver exclusivamente da criação de conteúdo somam 32,7%, enquanto 9% produzem apenas por hobby.

Essa falta de consistência financeira também se reflete na percepção sobre segurança no trabalho: 73% dizem sentir pouca ou nenhuma segurança em relação ao futuro como creators, e só 4,2% afirmam ter muita segurança.

A jornada continua

Mesmo com os entraves financeiros, os creators parecem otimistas quanto ao futuro. De acordo com a pesquisa, 90% pretendem continuar criando nos próximos três anos. Além disso, 66,9% afirmam que gostariam de se dedicar integralmente à atividade caso houvesse mais oportunidades e estabilidade.

“O que vemos é uma geração de profissionais que não está apenas testando caminhos, mas construindo carreiras dentro da Creator Economy. O desafio das marcas e do mercado agora é oferecer condições para que esse talento se consolide — e não se perca pela falta de estabilidade”, complementa Rapha Avellar.

Dicas para quem deseja investir na profissão

A Creator Economy pode parecer um universo desafiador, mas a pesquisa mostra que há espaço para quem quer transformar a produção de conteúdo em parte da carreira — seja como atividade principal, seja como complemento de renda. Para começar, é importante ter clareza sobre objetivos e disciplina para construir relevância.

Alguns pontos que podem ajudar:

  • Escolha um nicho: ainda que lifestyle, beleza e moda estejam entre os temas mais populares, encontrar um assunto em que você realmente tenha autoridade e consistência faz diferença.
  • Construa uma rotina de produção: frequência e qualidade pesam tanto quanto criatividade para crescer nas plataformas.
  • Diversifique fontes de renda: combine contratos com marcas, programas de afiliados, monetização das redes e até produtos próprios para reduzir a dependência de um único canal.
  • Invista em aprendizado contínuo: entender métricas, explorar novas ferramentas e acompanhar tendências aumenta as chances de se destacar.
  • Cuide do bem-estar: a pesquisa mostra que muitos creators sofrem com instabilidade e pressão; reservar tempo para descanso é essencial para manter a carreira sustentável.

Sobre a pesquisa

Creator POV 2025 é a segunda edição consecutiva da maior pesquisa do Brasil dedicada à realidade dos criadores de conteúdo. Conduzido pela BrandLovers, o estudo teve abordagem quantitativa e foi realizado por meio de formulário online, entre os dias 20 de junho e 08 de agosto de 2025.

A amostra conta com 5.169 respondentes, de todas as cinco regiões do Brasil, incluindo nano, micro e macro creators atuantes em diferentes nichos.

Além dos dados coletados via survey, o relatório também se apoia em informações comportamentais e analíticas extraídas da plataforma Creator Ads da BrandLovers, além de outros estudos de mercado. Com isso, a pesquisa amplia a compreensão sobre o cenário, os desafios e as oportunidades reais para quem vive da criação de conteúdo no Brasil.



 

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