Movimento Tempo da Infância encerra ciclo de conferências destacando a importância do pensar e brincar para as crianças

Conferência com a psicanalista Ilana Katz discutiu curiosidade, corpo, pensamento e o papel do brincar como forma de produção de mundo; 

Cinco encontros online que abordaram brincadeiras, simbolismo, metáforas, hiperconexão e invenção estão disponíveis no canal da Centro de Formação da Vila no Youtube 

O Movimento Tempo da Infância, iniciativa da Bioma Educação, realizou em 12 de novembro a última conferência do ciclo de encontros que mobilizou educadores, famílias e pesquisadores de diversas regiões do país em torno dos direitos, das linguagens, da cultura e do bem-estar das crianças em um contexto cada vez mais conectado. 

O último encontro, “Infância: tempo e lugar de inventar”, contou com a participação da psicanalista e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) Ilana Katz. A conversa foi mediada por Viviane Monteiro (Escola Parque) e Lidiane Torres (Centro Viva) e está disponível no canal do Centro de Formação da Vila no YouTube. 

Na conferência, Ilana Katz destacou que a curiosidade é o motor do pensamento e que a infância é um período em que perguntas, espantos, hipóteses e brincadeiras estruturam a forma como a criança compreende o mundo. Para a psicanalista, pensar não é uma atividade restrita ao cérebro, envolve o corpo inteiro, marcado pela experiência sensorial, pelo cuidado e pelas relações afetivas. 

“Se realmente desejamos que as crianças pensem, precisamos criar condições para que isso aconteça: que elas nos interroguem, desconfiem, testem hipóteses, errem, tentem de novo — e errem de novo — até acertarem em lugares que nem imaginávamos. É assim que nos ensinam algo novo. É fundamental lembrar que quem pensa produz dissenso, pode discordar, inclusive de nós, que já estávamos aqui antes delas. Mas, concordando ou discordando, as crianças perguntam por que querem compreender”, afirmou Ilana. 

A pesquisadora também abordou a potência do brincar como prática discursiva e criadora, responsável por ordenar e desordenar o mundo, ampliando possibilidades imaginativas. Destacou ainda que certas práticas adultas, como proibições apressadas, moralizações ou interpretações rígidas, podem inibir silenciosamente a capacidade inventiva das crianças. 

Outro ponto central foi a reflexão sobre a infância em um cenário de hiperconexão. Ilana avaliou que as redes sociais atuam de forma antissocial, reduzindo repertórios de prazer, interação e experiência sensorial. Para ela, é essencial abrir concorrência às telas, fortalecendo o tempo compartilhado entre adultos e crianças em experiências corporais, afetivas e culturais. 

O ciclo do Movimento Tempo da Infância promoveu, ao longo de cinco encontros, reflexões sobre os desafios de educar, cuidar e escutar crianças em tempos digitais. 

  1. “Viagem lúdica: rotas para brincar além das telas”

A psicóloga Adriana Klisys debateu a expansão de repertórios de brincadeiras e a importância do brincar livre como linguagem estruturante da infância. 

  1. “O universo simbólico das crianças: olhares sensíveis para as infâncias”

A pesquisadora, Adriana Friedmann, aprofundou a compreensão do simbólico infantil e criticou a “normose”, a naturalização da pressa, do controle e da perda do brincar. 

  1. “O potencial das crianças pequenas para a construção e a apreciação da metáfora”

A especialista em educação, María Emilia López, destacou o papel da linguagem poética, da voz, do vínculo e da cultura na vida das crianças pequenas. 

  1. “Comida, afeto e Wi-Fi: o que nutre as infâncias hiperconectadas?”

O psicólogo Rodrigo Nejm debateu a “dieta digital”, impactos de algoritmos e publicidade abusiva, e a importância do ECA Digital recém-sancionado. 

  1. “Infância: tempo e lugar de inventar”

Ilana Katz explorou curiosidade, pensamento, corpo, sexualidade infantil em sua dimensão de satisfação e descoberta, além do papel do brincar como produção de mundo. 

  

Sobre o Movimento Tempo da Infância 

O Movimento Tempo da Infância, iniciativa da Bioma Educação, tem como objetivo ampliar o debate público sobre os direitos, as linguagens e as experiências das crianças em um contexto hiperconectado. Com uma programação que envolve especialistas, educadores, famílias e pesquisadores, o movimento promove reflexões sobre os direitos da infância na era digital e propõe estratégias para garantir que essa etapa seja vivida com liberdade, criatividade e proteção. 

  BIOMA EDUCAÇÃO

Sobre a Bioma Educação  

Companhia de capital aberto, com ações (BIED3) negociadas no Bovespa Mais, a Bioma Educação, é uma das principais empresas de educação privada do país. Com foco no ensino básico, tem o propósito de oferecer educação de qualidade por meio de escolas divididas em duas linhas: contemporâneas e escolas internacionais e bilíngues. Tem hoje cerca de 9 mil alunos em suas 20 unidades, distribuídas em cinco estados do país sob 10 marcas: Escola da Vila (SP), Escola Viva (SP), Escola Parque (RJ), Centro Educacional Viva (RJ), Fórum Cultural (RJ), Escola Balão Vermelho (MG), Escola Autonomia (SC), Dual International School (SC) e Colégio Apoio (PE), e do Centro de Formação da Vila, uma escola de formação de professores que atua e é referência em todo o Brasil. A companhia baseia-se na geração de valor para toda a comunidade escolar apoiada nos pilares de qualidade de ensino, solidez financeira, excelência operacional, sustentabilidade e governança.  

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