*Por Vanessa Pires, CEO da Brada
No dia 4 de novembro comemorou-se o Dia da Favela, uma data simbólica que celebra a história e a resistência das comunidades no Brasil. A origem do nome é histórica: se deu com a ocupação do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, que foi habitada por soldados veteranos da Guerra de Canudos. Desde então, nessas áreas marginalizadas, assistimos diariamente desafios sociais profundos que demandam políticas públicas eficazes na promoção de inclusão, urbanização e melhor qualidade de vida para os moradores locais.
Considerando esse contexto é necessário enfatizar a importância de iniciativas como as leis de incentivos, bem como os programas governamentais, que desempenham papel fundamental na transformação desses lugares. Um exemplo relevante é o Novo PAC Seleções 2025 e o “Periferia Viva - Urbanização de Favelas”, para os quais se destinam R$ 4,67 bilhões para obras de infraestrutura, saneamento básico, regularização fundiária, recuperação ambiental, construção e melhoria habitacional em diversas favelas brasileiras.
O programa intenta qualificar urbanisticamente as favelas, oferecer oportunidades de trabalho e promover a inclusão social. Nesse sentido, incentivos fiscais como a Lei Rouanet permitem a ampliação de projetos culturais locais, fortalece a identidade, valoriza as expressões artísticas da comunidade e ainda apoia o desenvolvimento sustentável desses territórios.
Graças a esses projetos, criam-se condições para que as favelas deixem de ser símbolos da desigualdade. Tornam-se representantes de possibilidades reais de crescimento social, econômico e cultural. A integração entre políticas públicas, incentivos fiscais e ações comunitárias é crucial para promover justiça e transformar a vida nos morros e periferias brasileiras, partes vibrantes e essenciais do tecido urbano brasileiro.
Daí, a importância da efetivação dessas políticas e do fomento de projetos que tragam dignidade, inclusão social, melhorias à infraestrutura e às condições de vida da população, premissas do programa Periferia Viva, lançado pelo governo federal, e que investiu cerca de R$8 bilhões em urbanização, infraestrutura, regularização fundiária, saneamento básico e fortalecimento social em periferias de todo o Brasil.
A iniciativa integrou mais de 30 políticas públicas e envolveu múltiplos ministérios a fim de garantir direitos essenciais como moradia digna, acesso a serviços públicos, oportunidades educacionais e geração de trabalho. Esses elementos são fundamentais para transformar as comunidades em espaços de cidadania plena.
Destaque também para o Delivery das Favelas, vencedor da Maratona de Impacto, do Festival CriaBrasil, em 2022. Nesse evento criado por mim e que se consolidou como o maior encontro de economia criativa do país, o projeto foi apresentado como startup e hoje é uma potência que atende mais de 100 comunidades no Rio de Janeiro, além de 1600 em São Paulo, tendo impactado até 2024, mais de 50 mil pessoas.
Por meio do Delivery nas Favelas, os moradores das comunidades atuam como entregadores das modalidades MarketPlace e Last Mile, o que proporciona a essas pessoas uma renda que contribui não só com o desenvolvimento econômico individual, como de regiões carentes e vulneráveis.
Todos esses programas só foram possíveis graças ao subsídio originado pelas leis de incentivo brasileiras. Mais do que promover trabalhos em cultura e esporte, empreendimentos de grande impacto também são viabilizados e potencializados, revelando uma fonte de receita ainda pouco explorada pelo empresário e pela sociedade em geral.
Nesse sentido, a Brada Social continua firme no propósito de promover o encontro entre as corporações e projetos, além de disseminar informação sobre esse tema.
