Estresse crônico no trabalho diminui, mas trabalhadores enfrentam dificuldades para crescer

 Brasil é o país da América Latina com a redução mais significativa nos índices de estresse no trabalho: passou de 14% em 2023 para 8% em 2024

Divulgação

O terceiro estudo derivado da série de relatórios People at Work 2025, do ADP Research, mostra que os níveis crônicos de estresse no local de trabalho têm diminuído significativamente, desde o fim da situação de pandemia de COVID-19. Recentemente, os índices de estresse negativo (ou distresse) - que acontece quando a pessoa se sente ameaçada ou intimidada e que geralmente resulta em queda de desempenho e bem-estar - passaram de 19%, em 2021, para 16% em 2022; para 15% em 2023, para 7,5% em 2024. 

De acordo com Mary Hayes, diretora de pesquisa de Pessoas e Desempenho no ADP Research, há uma forte relação entre a frequência de estresse negativo e a sensação de sobrecarga ou prosperidade. “Aqueles que relatam estresse negativo diariamente têm muito mais probabilidade de se sentirem sobrecarregados. Mas à medida que a frequência do estresse negativo diminui, a proporção de funcionários sobrecarregados cai e a chance de prosperar aumenta”, afirma.

Dessa forma, medir a frequência do estresse negativo e positivo (quando a descarga de adrenalina está associada a sensação de motivação e satisfação e pode aumentar a produtividade) permite classificar os trabalhadores em três categorias: prosperando, abalados ou sobrecarregados. Enquanto aqueles que vivenciam distresse têm significativamente mais chances de se sentirem sobrecarregados, os colaboradores em ascensão tendem a perceber as pressões do trabalho como eustresse, o que leva a maior engajamento, resiliência e reduz as taxas de rotatividade.

Sobrecarga ou prosperidade?

Globalmente, quase 32% dos trabalhadores que vivenciam estresse diário dizem sentir-se sobrecarregados, enquanto 7% sentem-se prosperando. O estudo mostra ainda que, entre as pessoas que reportaram experimentar estresse uma vez por semana ou menos (estresse mínimo), 11% relatam sobrecarga, enquanto 34% afirmam estar prosperando. No recorte por regiões, os top 5 territórios em que os trabalhadores mais reportaram sofrer de distresse no trabalho são: a Europa (19%) - com destaque para Suécia (24%) e República Tcheca (23%) -, o Japão (14%), a Tailândia (12%), França e Argentina (que empataram com índices de 11%), e Taiwan (10%). Na outra ponta, as top 5 regiões com os menores índices de distresse são os Países Baixos (5%), Indonésia e Singapura (empatadas com 4%), a África do Sul e a China (também empatadas em 3%).

No contraste, os índices mais significativos de eustresse são observados na Polônia (32% dos trabalhadores prosperando, frente a 13% de pessoas com sobrecarga), Polônia e Espanha (empatadas, com 31%), e França (20%). O dado mais positivo foi relatado pela China, onde está a maior proporção de pessoas prosperando (40%). Em seguida estão a América Latina (34% dos respondentes revelaram estar prosperando, frente a 10% de sobrecarregados); e a América do Norte (23%). 

Entre os destaques do estudo, Singapura apresentou o maior aumento na proporção de trabalhadores prosperando (subiu de 11% para 26%); e a Coreia do Sul é o local com o menor percentual de funcionários prosperando (15%).

A análise demográfica dos participantes também revela notáveis disparidades nos níveis reportados de estresse, com as mulheres relatando níveis de estresse ligeiramente mais elevados em diversas regiões (10% com alta carga de estresse, em comparação com 8% dos homens). Já o perfil etário combinado com o recorte por regiões mostra que, enquanto na América do Norte, profissionais com idade entre 27 e 39 anos são os mais afetados (11%), no Oriente Médio e África, são os trabalhadores com mais de 55 anos que relatam distresse (10%). Na América Latina, o grupo mais impactado está na faixa dos 40 a 54 anos.

O peso do julgamento

O relatório também analisa o impacto psicológico da percepção de julgamento no ambiente de trabalho. Entre os entrevistados, 32% relataram sentir-se observados ou julgados, especialmente em contextos híbridos e remotos. Essa percepção da pressão pode intensificar o distresse, levando à redução da produtividade e da satisfação no trabalho: trabalhadores que se sentem julgados têm 3,4 vezes menos probabilidade de prosperar no emprego. Há, ainda, uma relação semelhante entre estresse e a sensação de estar sendo vigiado. Aqueles que sentem que seus gestores monitoram tudo o que fazem têm 3,3 vezes menos chance de prosperar.

O Oriente Médio e a África apresentaram os maiores índices de percepção de julgamento (36%) e de monitoramento pelos gestores (42%). Na América Latina, apenas 29% dos colaboradores relataram sentir-se julgados, o menor percentual entre as regiões pesquisadas; e na Europa está a menor proporção de trabalhadores que se sentiram fortemente monitorados pelos gestores (31%).

“A simples ausência de estresse negativo no trabalho não garante que os colaboradores prosperem. Outros fatores, como a falta de relações de confiança com colegas ou líderes, ou sentimentos de liberdade e flexibilidade limitadas no ambiente de trabalho também podem estar envolvidos”, avalia a economista-chefe da ADP, Nela Richardson. “Isso é relevante para os empregadores, pois uma força de trabalho sobrecarregada e estressada geralmente é menos eficiente e produtiva. Além disso, essas pessoas têm mais probabilidade de procurar novas oportunidades de emprego. Em contraste, funcionários que prosperam tendem a permanecer em suas posições”, destaca.

Metodologia People at Work 2025

O “People at Work” baseia-se na Pesquisa Global da Força de Trabalho do ADP Research, um estudo robusto conduzido desde 2015. A pesquisa foi elaborada e aplicada pela equipe de analistas do ADP Research, obtendo informações sobre o mercado de trabalho a partir da perspectiva dos próprios empregados. O objetivo é oferecer insights que possam melhorar o mundo profissional, por meio da compreensão das percepções e expectativas dos trabalhadores.

Com base nas respostas de quase 38.000 adultos empregados em 34 mercados de seis continentes, o “People at Work 2025” apresenta uma amostra representativa da força de trabalho global para fornecer comparações regionais e entre mercados sobre a percepção dos trabalhadores nas regiões Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio e África, e América do Norte.

Os respondentes vêm de uma ampla variedade de setores, níveis educacionais, ambientes de trabalho presenciais e remotos, e conjuntos de habilidades. Eles representam uma gama de cargos de liderança e funções técnicas, trabalhando para empregadores de todos os tamanhos.

 

Sobre o ADP Research

A missão do ADP Research é tornar o futuro do trabalho mais produtivo por meio de descobertas orientadas por dados. Empresas, trabalhadores e formuladores de políticas públicas confiam em nossos dados refinados e em nossa perspectiva única para tomar decisões informadas que impactam ambientes de trabalho ao redor do mundo.

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