Vacina de prevenção do câncer pode ser realidade em breve

Avanços científicos e novas tecnologias ampliam as perspectivas de combate à doença
Foto: Freepik

Pesquisas recentes indicam que a imunização contra o câncer pode se tornar realidade em um futuro próximo. A possibilidade chega como uma notícia positiva diante dos dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que projeta 704 mil novos casos no Brasil só em 2025.

A doença é a segunda maior causa de morte no mundo, atrás apenas das enfermidades cardiovasculares, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com o envelhecimento da população e a exposição contínua a fatores de risco, a incidência tem aumentado.

No Reino Unido, pacientes participam de ensaios clínicos para vacinas contra o câncer. Um dos casos que ganhou destaque na mídia foi o do paciente Elliot Pfebve, 55 anos, o primeiro a ser tratado com uma vacina personalizada contra o câncer de cólon e reto.

No ano passado, após realizar uma cirurgia e etapas da quimioterapia, ele recebeu uma vacina desenvolvida no Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, em parceria com o laboratório alemão BioNTech, conforme relatado à imprensa internacional. O processo consistiu em enviar uma amostra do tumor para análise, identificando até 20 mutações específicas.

Com esses dados, os cientistas criaram uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) para “ensinar” o sistema imunológico de Elliot a reconhecer proteínas exclusivas das células cancerígenas e destruí-las. 

Essa tecnologia, também utilizada em vacinas contra o vírus da Covid-19, funciona como um alerta, preparando o organismo para encontrar e eliminar qualquer célula tumoral remanescente, reduzindo o risco de reincidência. O estudo deve terminar em 2027.

Ao explicar o que é o câncer de cólon e reto, a Rede D’or informa que ele evolui de pequenas lesões benignas, conhecidas como pólipos, que crescem lentamente. Se diagnosticado precocemente e tratado de maneira adequada, tem boas chances de cura

 

Pesquisadores brasileiros desenvolvem vacina para câncer de próstata

Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo uma vacina que pode transformar o tratamento do câncer de próstata, reduzindo o risco de reincidência da doença. O imunizante, baseado no princípio da imunoterapia, estimula o sistema de defesa do paciente a identificar e atacar as células cancerígenas.

De acordo com informações divulgadas pelo Senado Federal, os resultados obtidos nas fases iniciais de pesquisa são considerados promissores, e a tecnologia já foi autorizada para testes clínicos nos Estados Unidos.O Inca destaca que o câncer de próstata é o segundo mais frequente entre homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Em estágios iniciais, costuma evoluir de forma silenciosa, sem sinais perceptíveis, por isso, a importância de exames de rastreamento, como o toque retal e o Antígeno Prostático Específico (PSA).

Quando presentes, os sintomas do câncer de próstata podem incluir dificuldade para urinar, aumento da frequência urinária, dor óssea e, em casos mais graves, insuficiência renal ou infecção generalizada.

 

Vacina universal avança em estudos

Um passo importante para a criação de uma vacina que possa agir contra diversos tipos de tumores foi dado por cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. O estudo, publicado pela Nature Biomedical Engineering, apresentou uma formulação experimental de mRNA capaz de potencializar os efeitos da imunoterapia e eliminar tumores em testes com animais.

Diferente das vacinas personalizadas, feitas com base nas mutações de cada paciente, essa proposta estimula o sistema imunológico de forma mais ampla, como se estivesse respondendo a um vírus. 

O professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Luís Carlos Ferreira, explica que a tecnologia envolve o envio de RNA mensageiro envolto em uma camada lipídica. A formulação ativa tanto o sistema imunológico adaptativo, quanto o inato, criando uma resposta contra as células tumorais.

Nos testes, camundongos com tumores agressivos tiveram sobrevida mais longa, e os resultados iniciais com três cães mostraram que o imunizante não apresentou toxicidade. O próximo passo é iniciar os ensaios clínicos com humanos.

“Se conseguirmos replicar esses efeitos em humanos, isso abre caminho para uma vacina universal que prepara o sistema imunológico para reconhecer e destruir o câncer”, destaca o coautor da pesquisa, Duane Mitchell.


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