Representantes do Serpro participaram de palestra e mesa redonda em evento promovido pelo governo do DF.
O Serpro foi um dos destaques do Workshop Cultura Digital 2ª Edição, evento promovido pelo governo do Distrito Federal e especialmente voltado para a educação. O encontro aconteceu na última quinta-feira, 25, e contou com a presença de representantes da empresa, que participaram de uma palestra, além da mesa redonda principal. O Serpro Virtual, tecnologia que dispensa o uso de equipamentos com o uso de estações de trabalho remotas, também será utilizado para viabilizar o Programa Horizontes Digitais, lançado na abertura do worskhop pela vice-governadora do DF, Celina Leão.
Tecnologia e planejameno estratégico
“Qual a diferença entre ‘fazejamento’ e planejamento?”, provocou a gerente do Serpro Lidiane Lins, em sua palestra sobre gestão estratégica da educação. Segundo ela, a primeir
a abordagem se preocupa exclusivamente com uma eventual prestação de contas. Já a segunda procura gerar indicadores, trazendo um conhecimento substancial que dará suporte às futuras tomadas de decisão, ajudando a promover o equilíbrio entre gestão, poder de execução e recursos disponíveis.
Segundo Lidiane, a tecnologia é melhor utilizada quando entendida como recurso para execução de uma estratégia de governo. “Sem tecnologia, não temos informação; sem informação, não há políticas públicas inteligentes. É justamente aqui que começa a transformação digital”, explicou a gerente.
Governo, setor privado e academia
Já o painel sobre conectividade, infraestrutura e tecnologias disruptivas que transformam o sistema educacional reuniu sete participantes que representaram governo, setor privado e academia.
Em sua fala, a gerente do Serpro Lucy Tashiro destacou as parcerias que a empresa pública têm realizado com o setor privado. Segundo ela, com o intuito de acelerar o processo de transformação digital, a estatal tem procurado empresas especializadas em temas como gestão educacional, conectividade e IA. “Assim, conseguimos atender tanto às necessidades de um ministro que precisa acompanhar um programa de governo, como de uma escola que deseja fazer a gestão da merenda escolar. Usamos a força da iniciativa privada e unimos ao nosso conhecimento sobre políticas públicas para trazer as melhores soluções para o governo e o cidadão”, relatou.
Já Marco Antonio Fragoso de Souza, subsecretário de TCI do Ministério da Educação, lembrou que a política educacional no país é implementada de forma federativa. “Portanto, precisamos, antes de tudo, cooperar e buscar um trabalho conjunto para que as políticas públicas sejam implementadas de ponta a ponta”, incentivou.
O diretor de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações, David de Oliveira Penha, por sua vez, lembrou que o governo federal, em 2023, incluiu pela primeira vez no novo PAC um eixo voltado à conectividade, beneficiando cerca de 138 mil escolas públicas. “O foco é conectar as escolas dando 1 megabyte por segundo para cada aluno matriculado. Isso tudo já está sendo implementado e teremos entregas significativas até o final de 2026”, previu o diretor.
Levi Figueiredo, diretor comercial da Telebrás, pontuou que a sociedade de economia mista possui mais de uma década de experiência em projetos educacionais, conectando, hoje, 14 mil escolas via satélite. Já Isadora Moreira Firmino, gerente que representou a Anatel, disse que 89% da população brasileira tem algum tipo de acesso à internet, no entanto, a falta de letramento digital continua sendo um grande desafio para muitos brasileiros. “Estamos em busca da chamada ‘conectividade significativa', precisamos não só dar infraestrutura, mas também incentivar o desenvolvimento de competências e habilidades digitais”, relatou a gerente.
Zé Luiz Nogueira, CEO da empresa voltada para o segmento educacional Cientik, lembrou que a pandemia demonstrou que a sala de aula ainda se encontrava no mundo analógico. “O professor é insubstituível, mas estava mais do que na hora de trazermos novas ferramentas tecnológicas aos jovens nativos digitais”, argumentou. Ricardo Lima, mestre em educação pela UnB, disse, por sua vez, que os professores devem “saber onde querem chegar” com uso de ferramentas, como as de IA. “Saber utilizar esses intrumentos também inclui uma postura crítica, incluindo saber a quem serve e quais os impactos da inteligência artificial”, alertou o pedagogo.
Horizontes Digitais
A tecnologia do Serpro permite a implementação do “Programa Horizontes Digitais”, lançado pela vice-governadora Celina Leão na abertura do evento, oportunidade para promover a transformação digital ao ensino, com estações de trabalho remoto que eliminam a dependência de equipamentos físicos.
Com a solução contratada, o Serpro Virtual, a estatal de tecnologia viabiliza para o GDF computadores virtuais customizados, com garantia de soberania e privacidade dos dados que inclui máquinas com saída para internet de alta velocidade e a segurança e a confiabilidade proporcionada pelo centro de dados do Serpro, ambiente onde estão hospedadas.
As máquinas contratadas são ideais para projetos que demandam processamento gráfico, como as utilizadas nos laboratórios de ensino técnico. Elas possuem tecnologia VGPU (Unidade de Processamento Gráfico Virtual), que permite que uma única GPU física seja dividida e compartilhada por várias máquinas virtuais.
Uma das grandes necessidades apontadas pelo GDF foi a de atender cursos profissionalizantes que utilizavam, por exemplo, software de Desenho Assistido por Computador. A virtualização evita que os alunos percam tempo configurando o ambiente em todo início de aula ou procurando a máquina certa para continuar um projeto já iniciado, ganhando agilidade e performance no curso.
Sem equipamentos físicos
O Serpro Virtual é uma solução desenvolvida pela empresa pública de TI do governo federal para modernizar e tornar mais segura a infraestrutura de tecnologia da informação de instituições públicas. Oferece ambientes administrativos padronizados e de alto desempenho, que podem ser acessados remotamente, com alto nível de segurança e controle centralizado. Com ele, órgãos públicos eliminam a dependência de equipamentos físicos tradicionais, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência da gestão de TI.
A solução é ideal para diferentes usos, como atendimento ao cidadão, coworking, além de ambientes educacionais, como laboratórios escolares e plataformas de ensino remoto. Instituições como o Ministério da Educação, Conselho Federal dos Representantes Comerciais, Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e prefeituras como as de Palmas (TO), Canoas (RS), Nova Lima (MG) já estão utilizando o ambiente.