CEO da Silver Hub comenta o consumo e destaca caminhos para marcas que desejam se conectar com o público 60+
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A chamada Silver Economy, ou economia da longevidade, já movimenta trilhões ao redor do mundo e projeta um novo ciclo de crescimento econômico com foco na população acima dos 50 anos. Globalmente, o setor já ultrapassa US$15 trilhões, de acordo com a consultoria Oxford Economics. No Brasil, o avanço do envelhecimento populacional e a ampliação do consumo desse grupo indicam que essa fatia da economia não pode mais ser tratada como nicho.
Projeções recentes da empresa de inteligência Data8 mostram que os brasileiros com mais de 50 anos devem responder por 35% do consumo privado nacional em 2044. Em termos absolutos, isso representa um salto de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,8 trilhões em apenas duas décadas. Ainda assim, grande parte das empresas segue ignorando esse mercado, seja na criação de produtos, no desenho de serviços ou na comunicação com esse público. O estudo ‘A Revolução da Longevidade, realizado pela agência Almapbbdo, mostrou que 64% das pessoas mais velhas entrevistadas pertencentes à classe ABC não consegue mencionar marcas que se conectem com eles. Quando o questionamento vai para o público da classe CD, o percentual chega a 77%. “O que estamos vendo é uma transformação estrutural na base de consumo do país. A longevidade já impacta a economia em várias frentes e, nos próximos anos, será um fator determinante para inovação, negócios e políticas públicas. Quem enxergar isso com antecedência terá uma vantagem real”, afirma Cristián Sepúlveda, cofundador e CEO da Silver Hub, primeira aceleradora de startups com foco em longevidade da América Latina e realizadora do Inova Silver, principal evento sobre inovação e Silver Economy no Brasil. O setor é amplo e vai muito além da saúde ou previdência. Abrange também mobilidade, moradia, finanças, turismo, varejo, tecnologia, educação continuada, bem-estar, alimentação e o mercado de luxo. Dados da própria Data8 indicam que quatro em cada dez brasileiros com mais de 55 anos têm dificuldade para encontrar produtos e serviços adequados às suas necessidades. As principais lacunas aparecem em áreas como vestuário, turismo, alimentos e soluções de acessibilidade. Mais do que ausência de oferta, há um desalinhamento entre o discurso das marcas e os valores da população madura. Segundo o mesmo levantamento, mais da metade desse público não se sente representada pela publicidade atual. Esse descompasso é reforçado pelo dado de que 70% dos profissionais criativos em agências nunca receberam briefings específicos voltados à população 60+. Para Cristián,os dados reforçam que o envelhecimento da população está remodelando os padrões de consumo, e a inovação precisa acompanhar esse movimento. “Não é apenas sobre atender um novo consumidor. É sobre entender que estamos lidando com múltiplos perfis de longevos, com repertórios, demandas e hábitos distintos. A Silver Economy exige uma abordagem segmentada, inovadora e conectada à realidade da diversidade etária brasileira.” Com o fim do bônus demográfico e o aumento da pressão sobre os sistemas de seguridade, especialistas apontam que a longevidade produtiva será um dos principais ativos econômicos do país. A Silver Economy, nesse contexto, deixa de ser apenas uma oportunidade de mercado e passa a ser uma estratégia de negócio.
Sobre o Inova Silver O Inova Silver é a principal plataforma dedicada à inovação, negócios e impacto social no contexto da economia da longevidade no Brasil. Organizado pela Silver Hub, primeira aceleradora de startups focadas em soluções para o público 60+ na América Latina, o evento promove conexões estratégicas entre empresas, investidores, pesquisadores e startups com o objetivo de transformar os desafios do envelhecimento populacional em oportunidades concretas de desenvolvimento econômico e social. |