Exames genéticos avançam na prevenção do câncer de mama; especialistas destacam também a importância da cirurgia plástica na reconstrução mamária



O Outubro Rosa é o maior movimento mundial de conscientização sobre o câncer de mama, doença que atinge milhões de mulheres todos os anos. No Brasil, o INCA estima cerca de 74 mil novos casos anuais até 2025, consolidando o câncer de mama como o mais comum entre mulheres. Além da mamografia, que segue sendo o exame padrão, novas tecnologias vêm ganhando espaço, como os exames genéticos para identificar predisposição hereditária.
 
A importância do diagnóstico precoce
 
Segundo a advogada Dra. Beatriz Guedes, pós-graduada em Direito Médico, os planos de saúde já são obrigados a cobrir exames genéticos quando há indicação médica, mas no SUS a inclusão ainda está em análise:
 
 “A detecção precoce salva vidas. Os planos de saúde, regulamentados pela ANS, já oferecem cobertura para esses exames em casos de histórico familiar ou indicação clínica. No entanto, no SUS, ainda existe uma lacuna que priva muitas mulheres dessa oportunidade. Essa desigualdade precisa ser enfrentada para que a prevenção seja acessível a todas”, afirma a especialista.
 
Ela reforça ainda os direitos legais das pacientes: a Lei dos 30 dias, que garante exames diagnósticos rápidos, e a Lei dos 60 dias, que assegura o início do tratamento após o diagnóstico.
 
Cirurgia plástica e autoestima após o câncer
 
O diagnóstico de câncer de mama muitas vezes implica cirurgias que podem afetar a imagem corporal, como a mastectomia (retirada total da mama). Nesse contexto, a cirurgia plástica tem papel essencial na reconstrução mamária, devolvendo qualidade de vida e autoestima às pacientes.
 
O cirurgião plástico Dr. Hugo Sabath, da Clínica Líbria, explica que os avanços na área permitem resultados cada vez mais naturais e seguros:
 
> “Hoje conseguimos realizar a reconstrução mamária com técnicas modernas, que utilizam próteses de silicone, expansores ou até mesmo tecidos da própria paciente. O objetivo é restaurar a forma da mama e, principalmente, ajudar a mulher a recuperar sua confiança e bem-estar emocional após o tratamento oncológico.”
 
Segundo ele, a reconstrução pode ser feita de forma imediata, no mesmo ato da mastectomia, ou tardia, meses após o término do tratamento:
 
> “Cada caso deve ser individualizado. Quando a paciente tem condições clínicas adequadas, optamos pela reconstrução imediata, o que reduz o impacto emocional. Em outros casos, preferimos aguardar para garantir maior segurança oncológica.”


Recuperação e cuidados
 
O Dr. Hugo Sabath reforça que, assim como em qualquer cirurgia plástica, o pós-operatório exige acompanhamento rigoroso:
 
 “É fundamental que a paciente siga todas as orientações médicas, faça uso de malhas compressivas quando indicado, evite esforços e mantenha consultas de revisão. A reconstrução não é apenas um procedimento estético, mas parte do tratamento oncológico. Por isso, precisa ser planejada em conjunto com a equipe multidisciplinar que acompanha a paciente.”
 
Conclusão:
 
O Outubro Rosa mostra que a luta contra o câncer de mama envolve prevenção, diagnóstico precoce, acesso igualitário e recuperação integral. Se, de um lado, os exames genéticos representam um avanço fundamental na identificação de riscos, de outro, a cirurgia plástica desempenha papel crucial na reconstrução mamária, ajudando mulheres a retomarem sua autoestima e qualidade de vida.
 
 “Prevenir e tratar o câncer de mama não é apenas uma questão de salvar vidas, mas também de garantir dignidade às pacientes. O direito à saúde inclui acesso a exames modernos, tratamentos eficazes e à possibilidade de reconstrução mamária. Esse é um olhar completo e humano sobre o Outubro Rosa”, concluem Dra. Beatriz Guedes e Dr. Hugo Sabath.

Dr. Hugo Sabath
Cirurgião Plástico – CRM 131.199/SP

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