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imagem: Freepik Toxocaríase e ancilostomíase são verminoses comuns, causadas por parasitas intestinais de cães e gatos, com maior incidência em regiões de vulnerabilidade social e entre crianças |
A convivência próxima entre humanos e animais de estimação é uma realidade consolidada no Brasil, onde estatisticamente há 1,8 animal de estimação por residência, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do IBGE. Apesar dos pontos positivos dessa interação é essencial o alerta sobre a necessidade de conhecimento e prevenção de zoonoses, como leptospirose, esporotricose, febre maculosa e toxoplasmose.
“Cada vez mais vivemos em famílias multiespécies, com vínculos afetivos profundos entre pessoas e animais. No entanto, essa proximidade impõe responsabilidades, especialmente quando falamos de zoonoses. A saúde dos pets está diretamente conectada à saúde dos humanos”, alerta a médica-veterinária e country manager da VetFamily no Brasil, Stella Grell. Dentre suas atuações, a maior comunidade global e nacional de médicos-veterinários busca fortalecer o conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental.
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imagem: Freepik Vacinação periódica, controle de ecto e endoparasitas, manejo ambiental e visitas ao médico-veterinário são medidas preventivas para zoonoses Principais zoonoses Leptospirose Os sintomas em humanos incluem febre, dores musculares, vômitos, icterícia e, em casos graves, podem causar insuficiência renal, hemorragias e até a morte. Em pets, os sinais são semelhantes, podendo evoluir rapidamente. A prevenção envolve vacinação, controle e higiene ambiental, descarte correto de resíduos e controle de roedores. Esporotricose No início de 2025, a esporotricose humana passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Raiva Prevenida por meio de vacinação, a raiva está entre as mais graves zoonoses e é transmitida através da mordida de animais infectados, como cães, gatos, primatas e morcegos. A raiva é causada por um vírus que atinge o sistema nervoso central, com alta taxa de mortalidade após o surgimento dos primeiros sintomas. A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação regular de cães e gatos e atenção a casos suspeitos em animais silvestres. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), entre 2010 e 2025 foram registrados apenas 50 casos de raiva humana no Brasil, reforçando a importância de campanhas de imunização e vigilância epidemiológica. Toxoplasmose
Leishmaniose visceral Os cães não transmitem diretamente a doença, mas atuam como principais reservatórios para o mosquito vetor. Por isso, a prevenção é fundamental, tanto para a saúde humana quanto animal, e deve incluir uso de repelentes específicos nos cães, controle da população de vetores e cuidados ambientais, como evitar o acúmulo de matéria orgânica onde o mosquito possa se reproduzir. Prevenção é responsabilidade compartilhada “Boa parte das zoonoses pode ser prevenida com medidas simples, como vacinação periódica, controle de ecto e endoparasitas, manejo ambiental e visitas regulares ao médico-veterinário. Há no mercado soluções seguras e eficazes contra pulgas, carrapatos e vermes intestinais que contribuem com a prevenção”, explica Stella. A abordagem integrada entre humanos, animais e meio ambiente é essencial para mitigar os impactos das zoonoses, inclusive aquelas que ainda podem emergir. “Prevenção e exames regulares são essenciais tanto para humanos como para animais. Check-ups veterinários devem ser feitos ao menos uma vez ao ano ou em intervalos menores para pets idosos ou com comorbidades. Médicos-veterinários não cuidam apenas de pets – cuidam da saúde coletiva”, finaliza Stella. Sobre a VetFamily
imagem: Freepik A saúde dos pets está diretamente conectada à saúde dos humanos_Imagem_Freepik |