Dra. Giovanna Agostini explica por que os fios enfraquecem no climatério e como tratar com alimentação, vitaminas e equilíbrio hormonal
A queda de cabelo é uma das queixas mais comuns entre mulheres que estão passando pela menopausa. O afinamento dos fios, a perda de volume e o crescimento mais lento são sinais que muitas vezes aparecem de forma silenciosa, mas que geram grande impacto na autoestima. Essa mudança, embora esperada por conta das alterações hormonais, não precisa ser aceita com resignação. Há formas naturais, seguras e eficazes de reverter esse quadro e restaurar a saúde capilar sem recorrer a tratamentos invasivos.
Segundo a nutricionista e chef funcional Giovanna Agostini, especialista em climatério, a relação entre menopausa e queda de cabelo é multifatorial. “Com a diminuição do estrogênio e da progesterona, o ciclo de crescimento do cabelo se torna mais lento, os fios afinam e caem com mais facilidade. Ao mesmo tempo, deficiências nutricionais e desequilíbrios intestinais se agravam, contribuindo ainda mais para o enfraquecimento capilar”, explica.
Um dos primeiros passos para tratar a queda é ajustar a alimentação. Giovanna recomenda o consumo frequente de alimentos ricos em proteínas de qualidade, ferro, zinco e silício, como ovos, lentilhas, grão-de-bico, espinafre, semente de abóbora, aveia e frutas vermelhas. “O cabelo é feito de proteína, e sem matéria-prima o corpo simplesmente não consegue manter fios fortes. A alimentação é o primeiro tratamento”, destaca.
A suplementação, nesse contexto, também se mostra essencial. De acordo com Giovanna, a maioria das mulheres nessa fase apresenta carência de nutrientes-chave como vitamina D, vitamina B12, ferro e zinco. “Não adianta usar shampoo caro se o corpo está com ferritina baixa, por exemplo. A ferritina precisa estar acima de 80 ng/ml para o cabelo crescer com força. A reposição correta, com formas biodisponíveis e doses seguras, muda completamente o cenário”, afirma.
Além da alimentação e suplementação, a Dra. Giovanna chama atenção para a saúde intestinal. O intestino é responsável pela absorção dos nutrientes, e sua integridade é fundamental para que o corpo utilize corretamente as vitaminas e minerais consumidos. “Se o intestino está inflamado, com desequilíbrio de flora ou trânsito lento, o organismo não absorve nada. Nesse caso, a mulher pode estar se alimentando bem e mesmo assim seguir com queda de cabelo”, alerta.
Ela também orienta avaliar o funcionamento da tireoide, especialmente em casos em que a queda está associada à fadiga, ganho de peso e alterações de humor. “O hipotireoidismo pode piorar a queda capilar e costuma ser silencioso. É preciso investigar com exames específicos e, quando necessário, tratar com acompanhamento profissional”, complementa.
No aspecto externo, Giovanna aconselha evitar químicas agressivas, uso frequente de fontes de calor como secador e chapinha, além de escovas com cerdas duras que quebram os fios. “O cuidado tópico é importante, mas ele só funciona quando vem acompanhado de um cuidado interno. O fio é reflexo da saúde do corpo. Quando ele cai, o corpo está pedindo atenção”, resume.
Para a Dra Giovanna, tratar a queda de cabelo na menopausa vai muito além da vaidade. “Recuperar os fios é também recuperar a confiança, o amor-próprio, a identidade. É olhar no espelho e se reconhecer com orgulho. Meu trabalho é ajudar cada mulher a se sentir bem no próprio corpo, inclusive com seus cabelos”, conclui.